CENTRO DE TRANSPLANTE
A
despeito de todas as evidências serem contra a transformação do Hospital de
Ipanema em um hospital especializado em transplantes, persiste a vontade do
Secretário de Saúde de Estado em
utilizá-lo para tal fim. A ideia de um hospital especializado é até
válida para algumas especialidades porém, um centro de transplante precisa e
deve, em função das complicações que esses pacientes apresentam, estar atrelado
a um complexo hospitalar ou a um centro universitário. Em Cleveland, por
exemplo, apesar de existirem vários prédios dedicados a uma só especialidade,
todos são interligados e utilizam a estrutura geral. Assim por exemplo,
acontece no centro da mulher, no prédio do coração, rim etc.
Ao
invés de reativar os centros de transplantes existentes na cidade e que pararam
de funcionar por falta de investimentos, pensa-se em construir mais um como se
essa fosse a solução para o problema.
Nesse
grupo estão o Hospital Geral de Bonsucesso (HGB) que até já dispõem de um
prédio de cinco andares desativado por falta de recursos e recusado pelo
secretário.
É
importante salientar que o HGB dispõem de todos os serviços inclusive o de
pediatria, indispensável quando se pensa em transplante de fígado ou rim em
criança.
O
Hospital dos Servidores que também já possui um prédio próprio para isso e que
chegou a fazer transplante de coração-pulmão e que hoje está desativado por
falta de profissionais e verba. O hospital dos servidores chegou a fazer 150
transplantes renais por ano.
O
Hospital Pedro Ernesto, do estado, hoje sem verba e com seu programa de
transplante prejudicado por isso. Esse então sendo do estado é injustificável o
seu abandono.
O
Hospital Antônio Pedro em Niterói que
também carece de verba para reativação do seu programa.
Para
melhorar os números atuais do Rio de Janeiro não é necessário a construção de
um novo hospital mais sim utilizar essa verba para ativar os já existentes e,
sobretudo, melhorar a captação dos órgãos a serem transplantados. Ai sim poderíamos ter um desempenho melhor em
relação aos números atuais.
Por
que não utilizar ou preparar o Hospital Pedro Segundo, também do Estado, para
transplantes. Além de ser um hospital geral sua área permite a construção de um
heliponto, fator facilitador a nessa
atividade médica.
Porque
nossos governantes tem sempre a necessidade de criar alguma coisa nova ao invés
de melhorar as já existentes?
Porque
transformar um andar do Hospital Aloisio de Castro, hospital de cardiologia, em
uma unidade de transplante quando seria mais barato utilizar centros já
existentes?
O
Hospital Federal de Ipanema, conhecido e reconhecido em todo o país como um
centro de excelência devia ser objeto de orgulho e receber mais investimentos
para ampliação do que ele já faz, nunca ser
descaracterizado ou transformado em um hospital especializado,
especialmente em transplante. É pequeno, não dispõem de espaço para manutenção
dos atuais serviços mais uma unidade de transplante geral, sem falar no heliponto e no desconforto que o
mesmo acarretaria para a população vizinha ao mesmo.
Ao
invés disso o hospital poderia receber mais investimentos para que pudesse
cumprir melhor o seu papel assistencial. Por falta de enfermagem o hospital se
tornou um mostruário de placas homenageando ministros sem que as unidades
inauguradas fossem colocadas em funcionamento.
A título de auditoria todas as suas obras foram interrompidas o que
reduz ainda mais e dificulta sobremaneira o atendimento dos pacientes. A
suspensão dos contratos ao invés de renegociá-los suspendeu mais de 50% das
atividades cirúrgicas do hospital. Como cobrar metas se os meios não são
disponibilizados?
Hoje
convivemos com meio andar fechado com as enfermarias prontas porém sem vidro
nas janelas. Quando essa auditoria terminar com certeza as enfermarias estarão
em petição de miséria e não mais prontas para serem utilizadas. Quem vai pagar
essa conta? E o setor de oncologia, já com sua obra praticamente terminada e
ainda sem funcionar?
É
preciso que o Ministério ao invés de inaugurar coloque para funcionar, cumpra
suas metas fornecendo regularmente o material necessário ao funcionamento da
unidade.
Será
que pelo menos uma vez poderíamos nos mover de uma forma diferente?
O
profissionais de saúde do Hospital Federal de Ipanema compreendem perfeitamente o esforço do
governo para melhoria dos números atuais de pacientes transplantados no Rio de
Janeiro, não concordam, entretanto, com
a destruição de uma unidade conhecida em
todo o Brasil pela excelência do trabalho nela executado.
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