Publicado dia 29 de novembro de 2016
"Diferentemente de qualquer outra profissão,
no jornalismo a dor maior do que sentir é cobrir a morte de um colega. É um
sentimento inexplicável.
A morte repentina é sempre a mais violenta. Não
importa a maneira. O choque da notícia, o impacto que reverbera aos poucos de fora
para dentro, e depois de dentro para fora, num latejar de emoções
indescritível. Vontade de chorar com vontade de lembrar das coisas boas. A
gente busca um recorte de tempo guardado na cabeça e passa a folhear a memória
à procura de uma lembrança. Ou torcer para que tudo seja apenas um terrível
susto.
Mas nunca é.
Além de toda delegação do time da Chapecoense e
os tripulantes do avião que caiu na madrugada, morreram também mais de vinte jornalistas
brasileiros. Sete são do Rio de Janeiro: quatro da Fox Sports e três da TV
Globo.
Meus colegas da tevê, Ari Junior, Guilherme
Marques e Guilherme Van der Lars não eram meus amigos. Mas você não precisa ser
íntimo para se comover com a tragédia.
Infelizmente, a DOR aproxima.
Porque a dor alheia sempre será nossa, mesmo que
seja só nossa. Isso é jornalismo - que perde muitos dos seus nessa vida louca
que a gente escolheu para viver ou morrer.
É a mesma profissão que nos ensina a questionar
diariamente se é possível, dessa vez, seguir em frente.
Mas sempre é.
(O que é preciso é não compreender. É como diz o
Renato Russo naquela música: “e toda dor/ vem do desejo/ de não sentirmos dor”)
Força SEMPRE"
Bruno Quintella
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