quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Mensagem da Jornalista Fernanda Gentil

Publicado no dia 29 de Novembro de 2016

"Mais uma vez a vida fez planos pra gente, e não a gente pra ela... quis ela, sabe-se lá por qual motivo, que esses jogadores, tripulantes e jornalistas tivessem hoje seus sonhos interrompidos, quando o plano deles era apenas seguir.

Seguir para um jogo, uma matéria, um destino. Seguir e, sem dúvidas, voltar. Voltar para suas casas, seus trabalhos, suas famílias... mas não vão. A maioria não vai... o Gui Van der Laars, o Ari Junior e o Guilherme Marques, por exemplo, não vão estar mais na redação.

Não vão nos brindar mais com os sorrisos deles, com as brincadeiras, com o talento, com a leveza com a qual levavam a vida. E a vida deles não era menos especial que a minha ou a sua, muito pelo contrário! Laars é pai de dois, e o terceiro vai nascer em menos de um mês. Guilherme Marques uma revelação, novo, cheio de vida e sorrisos pra distribuir.

Os dois fizeram aniversário na semana passada, assim como eu. Por sorte, fazemos em datas diferentes, assim consegui abraçá-los em mais de um dia. E em todos eles trocamos os melhores votos possíveis. Ari era um lord! Espirituoso, talentoso, um homem-sorriso. E hoje, todos esses (e muitos outros) caras fenomenais se foram... e então porque não pode acontecer com a gente?

Claro que pode. A vida, antes de ir, ela não manda aviso não! Não comunica, não liga, não tem whatsapp. Aliás, a última mensagem do Gui pra mim no whatsapp semana passada foi "conta comigo, vou estar sempre aqui." Que dor, Gui... você disse que estaria mas não está. E olha, lutei muito pra não acreditar que vocês realmente não estariam mais.Fiz conta, refiz, chequei, li a lista, procurei, fingi que não vi. Procurei de novo, fechei um olho, re-re-refiz as contas, e vi a lista de novo... vocês continuavam lá.

Depois da confirmação da tragédia, vem a dor. E da dor nos resta tirar uma lição muito importante: falar enquanto há tempo - falar em vida. Abraçar em vida. Amar em vida. Perdoar em vida. Porque tudo isso é viver a vida. Falar todas as coisas bonitas que falamos pra vocês hoje, para muitas outras pessoas que ainda estão aqui e podem ler/ouvir. Aliás vocês mal se despediram da gente e já ensinaram tantas coisas... tinham que ver o que os clubes brasileiros e do mundo todo fizeram! Todos postando o escudo da Chape! Jogadores mandando recados, fazendo minuto de silêncio!

Autoridades decretando luto! Vocês hoje ensinaram que o que importa é a vida, não um jogo, um time, uma cor, uma raça, uma competição. Ensinaram que um título pode sim ser decidido fora de campo; nas nuvens, no céu, num lugar bem melhor que esse aqui, e hoje ele foi: pode avisar aí em cima que "o Atlético, num grande ato de solidariedade, vai dar o título da Sul-Americana para a Chapecoense" (Gui, essa pode ser a frase de abertura do seu vt, eu te empresto a ideia  :)).

O Ari eu sei que vai fazer as imagens mais lindas da vida dele, e o Laars vai caprichar nas exclusivas pro Esporte Espetacular desse domingo - que aliás vai ser o programa mais difícil da minha vida.
Não aprendi em curso ou faculdade nenhuns a imparcialidade ou frieza jornalísticas necessárias para apresentar num contexto desses - e espero nunca aprender. Prefiro o calor e o sentimento humanos. Prefiro acreditar que o buraco que se abriu no peito de todos hoje trouxe à tona muitas reflexões pessoais, e eu sei que trouxe.

Vê se não é assim: a gente pensa em amar mais, julgar menos, nos declarar mais, reclamar menos, agradecer mais, se importar menos, agredir menos, viver mais... e em questão de dias, esse "efeito" passa. Só que a gente não pode esquecer que em questões de dias, a vida também passa. Então esse efeito tem que durar.

Então por vocês três, por tantos outros que estavam nesse avião, e, principalmente, pelos amigos e famílias que perderam alguém querido, espero que a nossa reflexão nos faça mudar de verdade; e que dessa vez esse "efeito" dure exatamente o mesmo tempo que a saudade de vocês vai durar - pra sempre."

Fernanda Gentil

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Linda mensagem do Jornalista Bruno Quintella



Publicado dia 29 de novembro de 2016

"Diferentemente de qualquer outra profissão, no jornalismo a dor maior do que sentir é cobrir a morte de um colega. É um sentimento inexplicável.
                                        
A morte repentina é sempre a mais violenta. Não importa a maneira. O choque da notícia, o impacto que reverbera aos poucos de fora para dentro, e depois de dentro para fora, num latejar de emoções indescritível. Vontade de chorar com vontade de lembrar das coisas boas. A gente busca um recorte de tempo guardado na cabeça e passa a folhear a memória à procura de uma lembrança. Ou torcer para que tudo seja apenas um terrível susto.

Mas nunca é.

Além de toda delegação do time da Chapecoense e os tripulantes do avião que caiu na madrugada, morreram também mais de vinte jornalistas brasileiros. Sete são do Rio de Janeiro: quatro da Fox Sports e três da TV Globo.

Meus colegas da tevê, Ari Junior, Guilherme Marques e Guilherme Van der Lars não eram meus amigos. Mas você não precisa ser íntimo para se comover com a tragédia.

Infelizmente, a DOR aproxima.

Porque a dor alheia sempre será nossa, mesmo que seja só nossa. Isso é jornalismo - que perde muitos dos seus nessa vida louca que a gente escolheu para viver ou morrer.

É a mesma profissão que nos ensina a questionar diariamente se é possível, dessa vez, seguir em frente.

Mas sempre é.

(O que é preciso é não compreender. É como diz o Renato Russo naquela música: “e toda dor/ vem do desejo/ de não sentirmos dor”)

Força SEMPRE"
 Bruno Quintella

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Oficina de Tambores Xamânicos em Santa Maria (RS)

Oficina de Tambores Xamânicos, e vivências de Animal de Poder, Purificação Energética e Limpeza de Ambientes, serão quatro encontros. Para maiores informações sobre as datas e valores nos escreva mohana_nalini@hotmail.com ou whatsapp (55) 99915-9894 ou (55)98111-9894


terça-feira, 15 de novembro de 2016

O que pode mudar para o Brasil e o Mundo



Matéria publicada dia 11 de novembro de 2016, no site do Observatório da Imprensa 

 O que pode mudar para o Brasil e o Mundo

Por Ana Beatriz Anjos
Texto produzido e distribuído pela agência Pública, 10/10/2016

O dia 9 de novembro de 2016 entrou para a história como a data em que o ex-apresentador de TV e bilionário Donald Trump superou a concorrente Hillary Clinton e chegou à presidência dos Estados Unidos. O republicano contrariou as previsões de especialistas e da própria imprensa norte-americana ao levar os votos de 279 delegados do Colégio Eleitoral contra 228 de sua adversária.

Logo após a consolidação do resultado das eleições, a Pública ouviu o professor de Relações Internacionais da PUC-SP Reginaldo Nasser para entender os significados da vitória de Trump não só nos Estados Unidos, mas no mundo. Nasser abordou a frequente comparação entre o novo presidente norte-americano e o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), alçado ao posto de ícone do conservadorismo no Brasil.

Reginaldo Nasser / Foto Vermelho.org
Em 45 minutos de conversa, o professor explicou também as diferenças entre o contexto norte-americano e brasileiro no que diz respeito à ascensão de lideranças como Trump. Destacou, ainda, a projeção de Bernie Sanders, ex-pré-candidato democrata à presidência, como sinal de que há espaço para movimentos de reação a propostas de direita.

“Fazer com que os Estados Unidos voltem a ser grandiosos” (“Make America great again”): esse foi o slogan adotado pela campanha de Donald Trump. Qual o seu significado no plano internacional? 

Não avalio que haja diferenças entre Trump e Hillary. Cada vez mais, e já há muito tempo, os Estados Unidos mantêm, principalmente em política externa, aquilo que chamamos de “política de Estado”, ou seja, as mudanças de governo não alteram substancialmente a política externa. Precisamos saber onde se formulam as decisões e os grupos de influência – o Congresso é um. O Congresso é formado pelos partidos mas também pelos lobbies. Eles, por vezes, congregam deputados ou senadores dos dois partidos. Ou seja, acaba-se chegando a certos consensos. Vamos pegar a questão dos imigrantes: hoje mesmo fui pesquisar e, durante os oito anos de governo Obama, foram deportadas 2,5 milhões de pessoas, um dos maiores números da história dos Estados Unidos, se não o maior. Isso fora a quantidade de gente que não foi autorizada a entrar ou que foi convidada a “sair voluntariamente”.É uma marca muito forte [do governo Obama], apesar de ter um discurso mais brando, dos democratas. O estilo diferencia muito; o estilo democrata supõe, em geral, uma formação em universidades mais qualificadas, são pessoas que têm um discurso, vamos dizer, mais civilizado. Não é só agora, você vê como era o [John F.] Kennedy [democrata], muito diferente do [Richard] Nixon [republicano] que veio depois, do Lyndon Johnson, democrata, você tem o Jimmy Carter [democrata], aí vem o Bush [republicano]. Você tem o estilo, formação, tudo muito diferente. E isso, entendo, nos desvia a atenção das questões concretas. Quem entrou na guerra do Vietnã pouca gente lembra ou sabe: foi o Kennedy.  O Nixon foi último a apagar as luzes, matou muita gente e acabou aparecendo mais. Durante o governo de Bill Clinton, os Estados Unidos fizeram muitos ataques militares, mas aí quando veio o Bush, todo mundo ficou centrado em sua figura. Guerra do Iraque: houve um voto contrário de uma única deputada, todos os deputados democratas votaram a favor, mas na narrativa parecia que o único culpado era o Bush. Há uma narrativa da mídia mais qualificada – The New York Times, principalmente – sempre pró-democrata, e da mídia europeia também. Isso acaba nos desviando o olhar. Se você pegar, por exemplo, política para o Oriente Médio, Hillary ou Trump não muda nada. O Obama manteve a política de vender armas e apoiar a Arábia Saudita, vender armas e apoiar Israel, fazer pouca movimentação de retirada no Iraque e Afeganistão. O apoio indireto ao Estado Islâmico, que hoje está muito claro, veio de quem? Do governo Obama. Quando o Obama entrou, ocorreu um fato inédito: ele manteve o secretário de Defesa do Bush [Robert Gates]. Foi uma coisa muito estranha, nunca tinha acontecido. Isso denota que há uma política do Pentágono, independente do presidente. Há grupos – militares, políticos, empresariais – com muita influência, que dão o tom para uma certa política do Pentágono; outros grupos dão o tom para a política de imigração.Onde há uma diferença bastante significativa para questões internas é na área da seguridade social: os republicanos agem muito mais no sentido da privatização e de dar poder às seguradoras. Fora isso, é difícil achar uma diferença significativa. E quando se diz “vai ter mais protecionismo”, temos que avaliar: pode ser em alguns produtos e não em outros. É muito pontual, funciona muito em torno de grupos de apoio. Energia: energia limpa equivale aos democratas; petróleo, aos republicanos. Ok, só que isso não deixa de ter suas políticas protecionistas e restritivas. O que acho que volta e meia caímos no equívoco, principalmente na América Latina, é falar “os democratas apoiam e incentivam mais o multilateralismo”. Eu diria: é e não é. Eles apoiam multilateralismo com a Europa. Então, por exemplo, o Trump, como Bush filho e pai, Nixon, todos eles têm discursos muito duros em relação às alianças europeias, tanto militares como comerciais. Aí, claro, os europeus aproveitam disso para dizer que é com o mundo, e não é, é com eles.
Donald Trump em Phoenix, capital do Arizona,
na reta final da campanha, em outubro
(Foto: Flickr/Gage Skidmore)

Então, em relação à política para o Oriente Médio, postura diante do Estado Islâmico e refugiados, por exemplo, não haveria diferença entre Trump e Hillary Clinton?

Não muda nada, isso é política definida pelo Pentágono, Secretaria de Defesa. Há um corpo muito mais permanente que não fica ao sabor dessas mudanças circunstanciais. Como eu disse, em relação à Arábia Saudita: o Bush apoiou. 
A Arábia Saudita foi o único país cujos diplomatas puderam sair depois depois do 11 de setembro sem ser vigiados. Todo mundo disse “o Bush se curvou a eles”. Recentemente, foi aprovada uma lei no Congresso que permite que familiares de vítimas do 11 de setembro processem outros países [por vínculos com os ataques], e Obama vetou para proteger a Arábia Saudita. Israel: de todos os presidentes, Obama foi o que mais mandou dinheiro para Israel em armas etc. Outra coisa interna: militarização da polícia americana, há um auge com Obama. Com isso, não estou querendo dizer que Obama é um traidor, mas é que ele não tem controle. É uma máquina, na qual há diversas elites que se cruzam, articulam e acabam dominando o processo. Não é um presidente sentado em uma sala com uma caneta nas mãos que vai resolver isso. 

Em relação à América Latina e ao Brasil, o que podemos esperar? 

Também não muda nada. É o único ponto em que concordo com Temer na minha vida, pois ele deu uma declaração dizendo que não muda nada. Agora, tem esses arranjos, feitos frequentemente, de lobbies no Congresso. Vamos supor, na época do Bush tinha o lobby do álcool e o lobby do petróleo. O presidente pode ser influenciado por um lobby ou outro, mas não é de iniciativa própria dele. São esses grupos que vão impulsionando essas políticas pontuais.

Durante o período eleitoral, Trump criticou a globalização e se aproximou do protecionismo. Economicamente, o que representa sua vitória?

Tem inclusive uma questão histórica aí que volta e meia aparece: o momento em que os Estados Unidos tiveram projeção internacional foi o pós-Primeira Guerra Mundial, quando o presidente era Woodrow Wilson, um liberal, ou “liberal internacionalista”, como se definia. Foi Wilson que bolou toda a Liga das Nações, e quando foi para assinar a entrada dos EUA na Liga – que é, vamos dizer, a pré-ONU –, isso teve que passar pelo Senado, que rejeitou, um grupo de senadores se opôs. Os liberais denominaram esse grupo isolacionista, e ficou esse rótulo. Quando falamos em isolacionismo, a palavra não designa o que é real: após 1909, os EUA não se isolaram de jeito nenhum, não entraram nas coligações com os europeus, mas não se isolaram. Vejo, de certa forma, repetir isso com o Trump: ele não é isolacionista coisa nenhuma, como é que vai isolar a maior economia do mundo? São palavras jogadas ao vento. Há uma internacionalização que não é o estilo dos liberais americanos. O que seria esse estilo? Em primeiro lugar, multilateralismo com a Europa. Isso que o Trump está fazendo se coaduna com a atividade da Inglaterra. Antes do resultado das eleições, dei uma entrevista para o [jornalista] Luis Nassif em que disse: “olha, Nassif, está pintando a repetição da dobradinha Ronald Reagan-Margaret Thatcher. Vai ser Theresa May [primeira-ministra inglesa] e o Trump”. Está acontecendo uma divergência entre as elites financeiras e comerciais, tanto nos EUA como na Inglaterra, mas não é que é contra a elite, isso é uma análise errada. Você tem um grupo estabelecido em Wall Street que apoia a Hillary e outro grupo surgindo que apoia o Trump. Documentos vazados pelo Wikileaks mostram que Wall Street apoia Hillary, isso é fato. Agora, tem um grupo financeiro apoiando Trump, é uma cisão, como também ocorre na Inglaterra. Como se explica o “sim” ganhar no plebiscito [pela saída do Reino Unido da União Europeia] por mero acaso? Na Inglaterra também há uma imprensa de elite, liberal – The Guardian, The Economist – que pregou contra o Brexit e há a imprensa marrom, desqualificada, apoiando. E teve apoio popular. Como essa imprensa marrom funciona? Com dinheiro, alguém está financiando. Há, portanto, uma clara divisão entre as elites. Fareed Zakaria, um liberal internacionalista que trabalha na CNN e Newsweek, e o Timothy Ash, os dois escreveram há dois ou três meses dizendo que o liberal-internacionalismo precisa ser salvo, está sendo atacado pelo populismo. E o que eles chamam de populismo? Trump e os movimentos de direita na Inglaterra e Europa em geral. Há uma divergência na elite econômica capitalista global. Mas não significa isolacionismo, não tem sentido isso.

O filósofo Slavoj Žižek escreveu recentemente que a eleição de Hillary Clinton seria tão ruim quanto a de Trump, pois a democrata representa o establishment, o status quo “de uma situação em que gradual mas inevitavelmente deslizamos para catástrofes ecológicas, econômicas e humanitárias”. Qual a sua opinião em relação a isso?

Concordo plenamente com Žižek – eu só não votaria no Trump. É a mesma coisa em relação à política de Israel: o que muda para os palestinos estar no poder o Partido Trabalhista ou Netanyahu [ex-primeiro ministro de Israel, líder do partido conservador Likud]? Nada. Outra coisa que não mencionei: muito se diz que a Hillary é mais liberal na questão de gênero, aborto, direitos. Pode ser, mas isso tudo não depende muito do governo federal. No dia das eleições nos EUA, foram votadas outras medidas nos estados, entre elas, a legalização do porte de maconha, aprovada em sete estados [três estados aprovaram o uso recreativo da droga, e outros quatro, seu uso medicinal]. No dia em que um presidente conservador foi eleito, alguns estados, por meio de votações específicas, foram, vamos dizer, por uma política mais liberal, independentemente do presidente da República. Assim como há votações sobre aborto, por exemplo, e outras que podem ser até mais à direita que ele também. Estou dizendo que não muda nada, mas é claro que, muitos grupos, em termos simbólicos e políticos, vão se ver fortalecidos. O Trump fez um discurso muito mais virulento que a Hillary em relação aos imigrantes. O cara da esquina, que já é fascista, vai crescer, como aqui no Brasil muita gente começou a mostrar a cara. Esse aspecto muda, mas não é um aspecto de políticas concretas. Há um estado de espírito, vamos dizer assim, mais favorável a esse discurso [conservador], afinal é o presidente da República falando. A questão dos negros mesmo: foram mortos para burro durante o governo Obama, mas, por outro lado, ele fez um discurso contrário a isso, ia às manifestações, havia uma presença simbólica. Pode esquecer isso com o Trump. Voltando a Israel, vi a afirmação do ministro da Educação [Naftali Bennett], o cara se vê fortalecido.