sexta-feira, 4 de maio de 2012

Estadualiz​ação do Hospital Federal de Ipanema ???


CENTRO DE TRANSPLANTE


A despeito de todas as evidências serem contra a transformação do Hospital de Ipanema em um hospital especializado em transplantes, persiste a vontade do Secretário de Saúde de Estado em  utilizá-lo para tal fim. A ideia de um hospital especializado é até válida para algumas especialidades porém, um centro de transplante precisa e deve, em função das complicações que esses pacientes apresentam, estar atrelado a um complexo hospitalar ou a um centro universitário. Em Cleveland, por exemplo, apesar de existirem vários prédios dedicados a uma só especialidade, todos são interligados e utilizam a estrutura geral. Assim por exemplo, acontece no centro da mulher, no prédio do coração, rim etc.

Ao invés de reativar os centros de transplantes existentes na cidade e que pararam de funcionar por falta de investimentos, pensa-se em construir mais um como se essa fosse a solução para o problema. 

Nesse grupo estão o Hospital Geral de Bonsucesso (HGB) que até já dispõem de um prédio de cinco andares desativado por falta de recursos e recusado pelo secretário.
É importante salientar que o HGB dispõem de todos os serviços inclusive o de pediatria, indispensável quando se pensa em transplante de fígado ou rim em criança.

O Hospital dos Servidores que também já possui um prédio próprio para isso e que chegou a fazer transplante de coração-pulmão e que hoje está desativado por falta de profissionais e verba. O hospital dos servidores chegou a fazer 150 transplantes renais por ano.

O Hospital Pedro Ernesto, do estado, hoje sem verba e com seu programa de transplante prejudicado por isso. Esse então sendo do estado é injustificável o seu abandono.

O Hospital Antônio Pedro  em Niterói que também carece de verba para reativação do seu programa.

Para melhorar os números atuais do Rio de Janeiro não é necessário a construção de um novo hospital mais sim utilizar essa verba para ativar os já existentes e, sobretudo, melhorar a captação dos órgãos a serem transplantados. Ai sim  poderíamos ter um desempenho melhor em relação aos números atuais.

Por que não utilizar ou preparar o Hospital Pedro Segundo, também do Estado, para transplantes. Além de ser um hospital geral sua área permite a construção de um heliponto, fator facilitador  a nessa atividade médica.

Porque nossos governantes tem sempre a necessidade de criar alguma coisa nova ao invés de melhorar as já existentes? 

Porque transformar um andar do Hospital Aloisio de Castro, hospital de cardiologia, em uma unidade de transplante quando seria mais barato utilizar centros já existentes?

O Hospital Federal de Ipanema, conhecido e reconhecido em todo o país como um centro de excelência devia ser objeto de orgulho e receber mais investimentos para ampliação do que ele já faz, nunca ser  descaracterizado ou transformado em um hospital especializado, especialmente em transplante. É pequeno, não dispõem de espaço para manutenção dos atuais serviços mais uma unidade de transplante geral,  sem falar no heliponto e no desconforto que o mesmo acarretaria para a população vizinha ao mesmo.

Ao invés disso o hospital poderia receber mais investimentos para que pudesse cumprir melhor o seu papel assistencial. Por falta de enfermagem o hospital se tornou um mostruário de placas homenageando ministros sem que as unidades inauguradas fossem colocadas em funcionamento.  A título de auditoria todas as suas obras foram interrompidas o que reduz ainda mais e dificulta sobremaneira o atendimento dos pacientes. A suspensão dos contratos ao invés de renegociá-los suspendeu mais de 50% das atividades cirúrgicas do hospital. Como cobrar metas se os meios não são disponibilizados?

Hoje convivemos com meio andar fechado com as enfermarias prontas porém sem vidro nas janelas. Quando essa auditoria terminar com certeza as enfermarias estarão em petição de miséria e não mais prontas para serem utilizadas. Quem vai pagar essa conta? E o setor de oncologia, já com sua obra praticamente terminada e ainda sem funcionar?
É preciso que o Ministério ao invés de inaugurar coloque para funcionar, cumpra suas metas fornecendo regularmente o material necessário ao funcionamento da unidade.


Será que pelo menos uma vez poderíamos nos mover de uma forma diferente?

O profissionais de saúde do Hospital Federal de Ipanema  compreendem perfeitamente o esforço do governo para melhoria dos números atuais de pacientes transplantados no Rio de Janeiro, não concordam, entretanto,  com a destruição de uma unidade  conhecida em todo o Brasil pela excelência do trabalho nela executado.




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